CAMINHO DE SANTIAGO A PÉ EM 13 DIAS!
9 - Dia 5 do Caminho - Porto Marin - Hospital de La Cruz
O dia novamente amanheceu
chovendo e não podia adiar novamente a caminhada. Desci no refeitório, tomei um
suco de laranja, duas médias de café com leite, um tostado e resolvi dar mais
um trato nos pés antes de pegar estrada. Voltei a clínica e fiz mais uma
sessão com a pedóloga que insistia em tirar a bolha de
água que estava embaixo da unha. No fim ficou acertado que isso eu faria no
Brasil. Ufa!!!
Os táxis na praça da igreja eram
tentadores, seduzindo os peregrinos com preços módicos para ir a próxima
cidade, Palas del Rei. Eu estava determinado - como já havia colocado o plástico
novamente nos pés, (dois plásticos em cada pé), mochila, capa, guarda
chuva, iniciei a caminhada para sair da cidade, passando novamente sobre a tal
ponte de mais de 100 mts de altura. O Caminho seguia inicialmente paralelo a
estrada de asfalto e me chamou atenção o número de peregrinos caminhando
naquela dia por volta de 11:00 hs da manhã.
Mojones |
Os marcadores de granito
(mojones como são chamados) estavam confusos e ao invés de mostrar os
quilômetros, a placa dizia C. COMPLEMENTÁRIO que até então para mim não
significava nada. Depois vim a aprender que a placa indicava que foram
criados alguns caminhos alternativos (complementários), passando por zonas mais
bonitas ou monumentos históricos que ficavam longe do caminho original. Outro
aspecto que me chamou atenção é que em alguns “mojones” a placa de
quilometragem havia sido levada por algum peregrino, certamente como “recuerdo”
do Caminho, dificultando a informação de localização e distancia para
Santiago.
Debaixo de chuva |
A cada dia, meu grau de
confiança na segurança do percurso aumentava. Em todas as conversas sobre o
assunto com outros peregrinos ou pessoal dos albergues, ninguém tinha
ouvido falar de qualquer problema de assalto, roubo ou algo parecido naquela região e sempre
enfatizavam que qualquer agressão a um peregrino seria considerado crime
hediondo.
Arvores frutíferas |
Caminhei bastante sob a chuva
passando por Toxibo,Gonzar,Castromayor e pequenos lugarejos de três ou
quatro casas, onde chamavam a atenção as hortas, as parreiras de uva, os pés de
figo carregados, agricultura de subsistência, com abóbora, tomate, pequena
roça de milho, os cavalos, as galinhas e sempre as vacas de leite e bezerros.
A chuva tornava aquelas plantações ainda mais viçosas e a vontade era pegar algumas daquelas frutas para comer. Era a fome que começava a incomodar.
ULTREYA, BUEN CAMINO A TODOS!
A Galicia sempre "presenteia" os peregrinos com uma chuva, pra dificultar ainda mais a chegada.
ResponderExcluirE o teste final pra testar nossa conviccao e persistência....