domingo, 30 de outubro de 2016



CAMINHO DE SANTIAGO A PÉ EM 13 DIAS!


9 - Dia 5 do Caminho - Porto Marin - Hospital de La Cruz


O dia novamente amanheceu chovendo e não podia adiar novamente a caminhada. Desci no refeitório, tomei um suco de laranja, duas médias de café com leite, um tostado e resolvi dar mais um trato nos pés antes de pegar estrada. Voltei a clínica e fiz mais uma sessão com a pedóloga que insistia em tirar a bolha de água que estava embaixo da unha. No fim ficou acertado que isso eu faria no Brasil. Ufa!!!

Os táxis na praça da igreja eram tentadores, seduzindo os peregrinos com preços módicos para ir a próxima cidade, Palas del Rei. Eu estava determinado - como já havia colocado o plástico novamente nos pés, (dois plásticos em cada pé), mochila, capa,  guarda chuva, iniciei a caminhada para sair da cidade, passando novamente sobre a tal ponte de mais de 100 mts de altura. O Caminho seguia inicialmente paralelo a estrada de asfalto e me chamou atenção o número de peregrinos caminhando naquela dia por volta de 11:00 hs da manhã.

Mojones
Os marcadores de granito (mojones como são chamados) estavam confusos e ao invés de mostrar os quilômetros, a placa dizia C. COMPLEMENTÁRIO que até então para mim não significava nada. Depois vim a aprender que a placa indicava  que foram criados alguns caminhos alternativos (complementários), passando por zonas mais bonitas ou monumentos históricos que ficavam longe do caminho original. Outro aspecto que me chamou atenção é que em alguns “mojones” a placa de quilometragem havia sido levada por algum peregrino, certamente como “recuerdo” do Caminho,  dificultando a informação de localização e distancia para Santiago.   


Debaixo de chuva
A cada dia, meu grau de confiança na segurança do percurso aumentava. Em todas as conversas sobre o assunto com outros peregrinos ou pessoal dos albergues, ninguém tinha ouvido falar de qualquer problema de assalto, roubo ou algo parecido naquela região  e sempre enfatizavam que qualquer agressão a um peregrino seria considerado crime hediondo.
Arvores frutíferas

Caminhei bastante sob a chuva passando por Toxibo,Gonzar,Castromayor  e pequenos lugarejos de três ou quatro casas, onde chamavam a atenção as hortas, as parreiras de uva, os pés de figo carregados, agricultura de subsistência, com abóbora, tomate, pequena roça de milho, os cavalos, as galinhas e sempre as vacas de leite e bezerros. 

A chuva tornava aquelas plantações ainda mais viçosas e a vontade era pegar algumas daquelas frutas para comer. Era a fome que começava a incomodar. 

                                   
                                  ULTREYA, BUEN CAMINO A TODOS!







Um comentário:

  1. A Galicia sempre "presenteia" os peregrinos com uma chuva, pra dificultar ainda mais a chegada.
    E o teste final pra testar nossa conviccao e persistência....

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