domingo, 30 de outubro de 2016



CAMINHO DE SANTIAGO A PÉ EM 13 DIAS!


14 - Dia 10 do Caminho - Melide - Arzua



Nossa Senhora
Dormi até 9:00 hs, tomei o café da manhã no hotel Xeneiro, arrumei a mochila pendurando o tênis novo no lado de fora e fiz o checkout. 

Fui até a igreja de São Roque, assisti a missa, peguei o carimbo, fiz algumas fotos de Nossa Senhora muito expressivas naquela igreja e caminhei pela cidade. 

No domingo MELIDE é uma festa de gente por todo lado, feira ao ar livre, barracas de frutas, caminhões de batatas, alho, cebolas, e mesas nas calçadas onde o povo toma o café da manhã numa verdadeira confraternização.


Foto ao lado do "peregrino"
Festa dominical

Curiosamente as pessoas querem tirar fotos ao lado dos peregrinos e acabei sendo fotografado com algumas senhoras muito simpáticas. Os pés voltaram a incomodar e passei por uma farmácia para experimentar uma nova pomada. A esta altura já estava pensando em comprar um chinelo ou cortar a parte superior do tênis para deixar o dedão livre.

Retomei a caminhada com o objetivo de chegar em Arzua. Observei que o número de peregrinos em bicicletas aumentava. A cada encontro sempre a saudação Buon Camino ou Ultreya. Neste trecho encontrei dois brasileiros da Aclimação, São Paulo, que vinham a pé desde o início em Roncesvalles. Andavam rápido e faziam uma média de 30 Km por dia, segundo eles. Conversamos um pouco enquanto andávamos, mas o meu ritmo não conseguia acompanhar os deles. Este é um aprendizado importante. Cada um tem o seu ritmo e precisa ser respeitado. Certamente isso vale também para nossas Vidas.

Cartaz nas lanchonetes
Ponte de pedra
O marco indicava 52.089 Km; esperava andar 16,00 km, mas no final acabaram sendo 22,21 Km. O caminho é muito bonito através de fazendas, passagens e pontes de pedras sobre os riachos e alguns locais de descanso com boas lanchonetes. Acabei parando duas vezes para café e tostado com ramon y queso que eram deliciosos. Um cartaz me chamava a atenção nas lanchonetes; dizia “NO TENEMOS WI-FI, HABLEN ENTRE USTEDS”.  Se não houvesse outro assunto para reflexão, só este já mereceria uma boa meditação. Outro aspecto que me impressionava eram os pés de frutas a beira da estrada, especialmente figos.

Arzua estava mais distante do eu imaginava. Quando cheguei na cidade foi difícil  achar hotel. Longa caminhada e acabei dando sorte e me hospedando na PENSION CASA FRADE no centro da cidade, um pouco distante do Caminho. Na verdade, a medida que me aproximava de Santiago, começava a sentir que os hotéis e pousadas estavam cada vez mais lotados e caros.

Almocei em uma lanchonete próxima, caminhei um pouco pela cidade e fui descansar cedo naquele final de domingo. Os 22,21 km estavam dando sinais de cansaço.



                                   ULTREYA, BUEN CAMINO A TODOS!






Um comentário:

  1. Nessa etapa a Saudade começa a fazer parte dos nossos pensamentos.
    Lembro que conheci neste trecho um albergueiro chamado Michelangelo. Eh um local muito especial, com cheiro de incenso queimando, uma música de fundo e uma Paz especial.

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