CAMINHO DE SANTIAGO A PÉ EM 13 DIAS!
6 - Dia 2 do Caminho - Sarria - Porto Marin
Dormi maravilhosamente bem,
mas... no dia seguinte a surpresa: CHUVA!!!
Mas muita chuva mesmo. A
primeira coisa que imaginei foi voltar pra cama e esperar o dia seguinte; a previsão de tempo no Iphone mostrava chuva por três dias. O
trajeto originalmente imaginado para aquele dia era Sarria - Morgade, num percurso
de 13 Km.
Olhei pela janela do quarto
e vi grupos de peregrinos com capas de chuva ou guarda-chuvas passando ao lado
do hotel e seguindo em frente. 7 horas da manhã - não tive dúvidas, coloquei a
roupa de caminhada, vesti as meias, sacos plásticos do supermercado sobre as meias, uma segunda meia, de tal forma que mesmo com o tênis encharcado
eu continuaria com os pés secos; enfiei o que sobrou na mochila, coloquei nas
costas, vesti a capa plástica, peguei o guarda-chuva e pé na estrada.
A temperatura devia estar uns 8
graus, bem diferente do dia anterior; ventava muito o que aumentava a sensação
de frio. Comecei a caminhar e sorria como uma criança fazendo arte. Uma alegria
interior incrível. Andava rápido e do local onde estava precisaria caminhar uns
2 ou 3 Km pelo acostamento da pista de automóveis até encontrar o Caminho.
Cada carro ou caminhão que passava era um banho. Finalmente avistei outros
peregrinos caminhando e me juntei a eles. Naquele momento
aprendi as saudações usadas no percurso quando os peregrinos se encontram:
Ultreya, e a resposta Suseya.
Ultreya significa “avante,
coragem” bem no sentido físico da caminhada; a resposta é Suseya
que significa “para cima” já no sentido espiritual.
A outra saudação muito usada ao
se cruzar com outro peregrino é “Buen Camino”.
Acabei chegando no Caminho
oficial que naquela região é bastante
acidentado. Subia e descia morros o que dificultava um pouco o ritmo. Os
sacos plásticos nos pés não resistiram e logo eu já estava com os pés
encharcados. Curiosamente não sentia frio. O Caminho seguia por dentro de
matas, fazendas de gado de leite, tipo vaca holandesa (aquelas branco e preto)
com o cheiro típico... caminhava longos trechos completamente sozinho, em
outros seguia junto com alguns peregrinos e estava tão motivado que passei
direto por Morgade, onde no início planejei parar e fui em frente sem a
preocupação de onde chegar. Cruzei povoados como Barbadelo, Morgade, Brea,
Ferreiros além de outros bem pequenos e quando me dei conta estava chegando em
Porto Marin. No caminho, ao passar pelo famoso marco dos “100Km para Santiago”
não consegui fotografa-lo de tanto que chovia. Pensei comigo, existe uma
infinidade de fotos deste marco e uma a mais ou a menos não vai fazer
diferença. Realmente naquele momento tirar a capa de chuva, abrir a mochila e
achar meu IPhone para fotografar ia ser um estrago naquele aguaceiro.
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